Geral Assasinato
Declarações de óbito apontam espancamento antes de mortes em Icaraíma
Declarações de óbito indicam agressões severas antes das mortes; suspeitos seguem foragidos
24/09/2025 17h59 Atualizada há 22 horas
Por: Admin Fonte: TN Online

A investigação sobre o desaparecimento e assassinato de quatro homens em Icaraíma, no Noroeste do Paraná, ganhou novos desdobramentos após a divulgação das declarações de óbito nesta quarta-feira (24). Os documentos, acessados pela advogada das famílias, Josiane Monteiro, revelam que três das vítimas sofreram traumas graves antes de serem mortas, incluindo um caso de afundamento de crânio, o que reforça a brutalidade do crime.

Os corpos de Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso e Alencar Gonçalves de Souza foram localizados no dia 19 de setembro, 44 dias após o desaparecimento, enterrados em uma cova clandestina. Segundo o Instituto Médico Legal (IML), as causas das mortes variam entre traumatismo cranioencefálico, politraumatismo e ferimentos por arma de fogo.

A advogada das famílias afirmou que as vítimas podem ter sido agredidas com barras de ferro ou pedaços de madeira antes de serem executadas. Um dos corpos apresentava um afundamento de crânio, indicando possível espancamento anterior aos disparos. Além disso, a ausência de objetos pessoais como alianças e relógios levanta suspeitas de que os criminosos tentaram dificultar o reconhecimento dos corpos. Um detalhe que chamou atenção foi o RG de Rafael, encontrado escondido dentro de seu tênis — gesto que pode indicar que ele previa um possível desfecho trágico e buscava garantir sua identificação.

De acordo com a Polícia Civil, o crime está relacionado a uma negociação de terras. Alencar Gonçalves de Souza havia adquirido uma propriedade por R$ 1 milhão de Carlos Henrique Buscariollo, mas o negócio não foi finalizado. Ainda assim, Alencar já havia pago R$ 255 mil como entrada. Com a desistência da compra, o terreno retornou à posse da família Buscariollo, mas os pagamentos não foram devolvidos. Para pressionar os devedores, Alencar contou com o apoio dos outros três homens, que atuavam como cobradores em São Paulo.

No dia 5 de agosto, os quatro se reuniram com Paulo e Antônio Buscariollo — pai e filho apontados como os principais suspeitos — e desapareceram. Dias depois, a caminhonete da família Buscariollo foi localizada com um terceiro indivíduo, que foi preso. Um segundo suspeito também foi detido por envolvimento no fornecimento das armas utilizadas no crime.

Segundo a advogada, as vítimas acreditavam que a cobrança seria simples e rápida, tanto que não levaram bagagens. “Eles achavam que iriam resolver tudo e voltar no mesmo dia”, disse.

Paulo e Antônio Buscariollo seguem foragidos, com mandados de prisão em aberto. A Polícia Civil investiga a participação de outras pessoas e informou, por meio de nota, que aguarda a finalização dos laudos periciais. O inquérito segue sob sigilo, por questões de segurança, já que os suspeitos são considerados perigosos.