A Polícia Penal do Paraná (PPPR) demonstrou mais uma vez o papel social do sistema prisional. Por meio da oficina de serralheria do Setor de Produção e Desenvolvimento, localizada no Complexo Penal de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, foram finalizados cinco carrinhos de mão reforçados, inteiramente confeccionados com mão de obra de detentos.
Os equipamentos serão enviados e entregues nesta segunda-feira (17) para auxiliar na remoção de entulhos no município de Rio Bonito do Iguaçu, que foi severamente atingido por um tornado recentemente.
Atualmente, seis detentos trabalham no setor de serralheria, todos previamente capacitados em cursos específicos e supervisionados por um policial penal com experiência técnica, que orienta cada etapa da fabricação.
O Chefe da Divisão de Produção e Desenvolvimento, Boanerges Silvestre Boeno Filho, destacou a relevância do trabalho no sistema prisional. A atividade laboral oferece benefícios claros aos participantes, incluindo remuneração, qualificação profissional e o fundamental benefício da remição de pena (a redução de um dia da pena total a cada três dias trabalhados).
Para integrar a equipe produtiva, os custodiados passam por um rigoroso processo de seleção conduzido pela Comissão Técnica de Classificação, que avalia critérios como comportamento, disciplina e aptidão.
A iniciativa sublinha o compromisso da Polícia Penal com a ressocialização e qualificação profissional, ao mesmo tempo em que oferece uma contribuição direta ao atendimento emergencial de comunidades atingidas por desastres naturais.
Em conformidade com a Lei de Execução Penal, o trabalho é remunerado com o equivalente a 75% do salário mínimo, depositado em uma Poupança Prisional no Banco do Brasil. Desse valor, até 80% pode ser movimentado por um responsável autorizado, e os 20% restantes ficam reservados para quando o detento obtiver a liberdade.
Além da fabricação dos carrinhos, o Estado já destinou 59 presos para trabalhar na reconstrução de escolas em Rio Bonito do Iguaçu. A expectativa é que, após os trâmites legais, o número de apenados trabalhando no município suba para cerca de 70 a 80, todos selecionados por bom comportamento e acompanhados por policiais penais.