Apucarana e Arapongas, no norte do Paraná, registraram aumento expressivo nos afastamentos do trabalho por motivos de saúde mental em 2024. Juntas, as duas cidades somaram mais de 550 licenças por transtornos psiquiátricos, como depressão, ansiedade, transtornos psicóticos, bipolaridade e estresse agudo — um crescimento de 14% em relação ao último pico, registrado durante a pandemia. Os dados são da plataforma Smartlab, do Ministério Público do Trabalho.
Arapongas lidera com 318 casos, sendo a indústria moveleira o setor com mais registros. Já em Apucarana, foram 234 afastamentos, com destaque para a administração pública, setor da saúde e indústria do vestuário. Entre os cargos mais afetados estão técnicos de enfermagem, professores, motoristas, costureiros e operadores de linha de produção.
Para o coordenador da Atenção Primária da 16ª Regional de Saúde, Moacir Paludetto Jr., o aumento está ligado a um cenário nacional de agravamento da saúde mental no ambiente de trabalho, impulsionado por fatores como as sequelas da pandemia, alta competitividade, precarização do trabalho e hiperconectividade. Ele alerta que o medo de retaliações ainda impede muitos trabalhadores de buscar apoio psicológico.
Como resposta, a regional tem investido na capacitação das equipes das Unidades Básicas de Saúde por meio do projeto PlanificaSUS, do curso internacional mhGAP da OMS, além da ampliação da rede de atendimento especializado. A região conta com cinco Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), ambulatórios especializados e um hospital psiquiátrico de referência em Jandaia do Sul.
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